
A Tempestade
As folhas saltam dos galhos e mergulham no vento. O mundo gira, tudo se movimenta. O cata-vento agita-se como um relógio dentro do peito. Cada partícula viaja rumo a não se sabe aonde, vem do canto donde nunca se veio.
O ar desenha na pele o caminho. Luzes titubeiam no firmamento ao ritmo do não retorno. Não importa o que se faz, o caminho continua: tudo se renova, tudo apodrece... Tudo transmuta... Não para, não para nunca!
O cata-vento sobre as árvores confunde-se numa dança mística.
Os homens saem a dançar, os corpos em água, os risos das mulheres, os gritos das crianças... Tudo cresce de novo, a vida continua nascendo, das fezes, sobre as fezes, nos rastros de sangue, nos corpos dos outros.
Ali perto, dentro de suas paredes, um velho numa poltrona observa a tempestade através do vidro. Sente suas dores cotidianas, olha pela mesma janela como sempre fizera. Bebe um gole do seu chá das cinco e desviando o rosto para dentro ri um riso cínico. Bem agasalhado e escondido da tempestade, ostenta calmo um pensamento petrificado nos lábios.
6 comentários:
fiquei com vontade de levar esse velho para dançar com o mundo lá fora. Mostrar que o mundo exige corpo também.
... ...traigo
sangre
de
la
tarde
herida
en
la
mano
y
una
vela
de
mi
corazon
para
invitarte
y
darte
este
alma
que
viene
para
compartir
contigo
tu
bello
blog
con
un
ramillete
de
oro
y
claveles
dentro...
desde mis
HORAS ROTAS
Y AULA DE PAZ
TE SIGO TU BLOG
CON saludos de la luna al
reflejarse en el mar de la
poesia ...
AFECTUOSAMENTE
MARCOS PEDRO
jose
ramon...
o velho já viu muitas tempestades...:)
não há escapatória quando o vento mergulha em nós..
Por que suas atualizações não aparecerm no meu blog, mesmo eu o tendo adicionado como favorito?
"um velho gasta a solidão em meio aos pombos na praça da sé"...
Tambem isso acontece comigo, nunca vejo suas atualizações.
não tenho nenhum cometário fantástico pra fazer. so dizer que goste, como sempre. é muito nostálgico.
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